A ideia de “campo” desempenha um papel fundamental ao delimitar os contornos de um debate acadêmico e prático, especialmente no âmbito do direito tributário internacional. Ela não apenas define quais são os temas considerados relevantes, mas também estrutura o entendimento dos atores envolvidos. As discussões se desenvolvem a partir de um conjunto específico de pressupostos e paradigmas, que orientam as perguntas que são feitas e as respostas que são valorizadas. Assim, é importante reconhecer que, ao transitar entre diferentes campos de pesquisa, o significado e a prioridade de certos temas podem mudar drasticamente, alterando a própria lógica dos debates.
Esse processo de adaptação e evolução não ocorre de maneira isolada, mas dentro de comunidades epistêmicas que compartilham uma linguagem comum. No campo jurídico, essa comunidade se forma a partir do uso de conceitos e termos que refletem valores, práticas e objetivos específicos. Portanto, mais do que um simples exercício técnico, a prática jurídica é uma atividade socialmente construída, na qual a competência de um profissional é medida pela sua habilidade em manejar essa linguagem. A capacidade de dominar as categorias jurídicas torna-se, assim, um reflexo da maturidade e excelência dentro do campo, diferenciando especialistas e definindo os rumos da discussão.
Contudo, é fundamental lembrar que o campo não é estático. Ele se molda conforme os atores reinterpretam ou redefinem suas práticas, influenciados por mudanças políticas, econômicas e sociais. A linguagem, nesse contexto, é um elemento vivo e dinâmico, que acompanha as transformações do campo e se adapta a novas realidades. Essa fluidez permite a identificação de “rupturas” e “continuidade” nos discursos, sinalizando momentos em que novos consensos são formados ou antigas abordagens são desafiadas. Dessa forma, ao observar as mudanças linguísticas, compreendemos também a evolução das ideias e práticas subjacentes.
Por fim, fica o convite para refletirmos juntos: como a escolha de palavras e a adoção de novas terminologias podem redefinir o futuro de áreas complexas como a tributação internacional? Convido todos a contribuírem com suas opiniões e experiências sobre como mudanças no discurso influenciam a prática jurídica e o desenvolvimento de novas agendas no campo tributário. Vamos debater!