No campo da tributação internacional, temos observado uma abordagem que, em muitos casos, se apoia excessivamente em construções meramente abstratas. Tal perspectiva, centrada na norma jurídica tributária e em categorias teóricas isoladas, corre o risco de perder de vista questões mais profundas e substanciais, e que apresentam evidentes impactos sociais.
Uma atitude realista em relação à tributação internacional, em contraponto a essa idealização excessiva, exige uma compreensão do fenômeno tributário em toda a sua complexidade. Essa complexidade, por sua vez, só pode ser plenamente abordada por uma perspectiva multidisciplinar. Além do direito, outras áreas do conhecimento, como ciência política, economia, contabilidade, relações internacionais e até mesmo filosofia, oferecem aportes essenciais para enriquecer o debate tributário.
É inegável que o formalismo jurídico trouxe importantes benefícios ao campo, como a estruturação de uma identidade para os atores envolvidos e a sistematização de diversas categorias centrais para o discurso dos justributaristas. No entanto, não devemos ignorar que a contribuição de outras disciplinas pode ampliar nossa capacidade de enfrentar os desafios do mundo real, especialmente no contexto globalizado em que vivemos.
Portanto, a adoção de uma atitude realista implica uma abertura ao diálogo entre o direito e outros campos do saber. Ao incorporar essas visões, tornamos o debate tributário mais robusto e conectado com as reais necessidades sociais e econômicas. Essa é a chave para uma abordagem mais efetiva e abrangente da tributação internacional.
